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No contexto mundial, o segundo trimestre do ano evoluiu com tendência para estabilidade dos indicadores inflacionários, num cenário sem grandes surpresas em relação ao trimestre anterior e em linha com as expectativas dos analistas de um crescimento mundial mais baixo. No entanto, as tensões geopolíticas continuaram a ser fonte de preocupação para as economias mais relevantes, principalmente com relação às flutuações da cotação do barril do petróleo que poderiam deteriorar as políticas de desinflação. Um ritmo mais lento na queda das taxas de juros evidenciou uma interdependência entre as economias, especialmente num ano de importantes definições políticas, o que torna mais complexa a recuperação sustentável de algumas economias, principalmente a dos países emergentes.

Ao final do segundo trimestre, os indicadores da economia americana apontaram, pela primeira vez desde 2022, uma desaceleração mais evidente para os preços, enquanto que a atividade econômica, com destaque para os serviços, ainda se mostrou resiliente no período. Na zona do euro, os indicadores mostraram uma desaceleração mais robusta, embora a inflação dos serviços tenha sido mais preocupante, as novas projeções sugerem que o segundo semestre será mais favorável ao corte de juros. No entanto, as tensões decorrentes das diferenças regionais entre os países que compõem o bloco e a polarização política, tornam o ambiente de negócios futuro ainda incerto, com possibilidade do euro mais depreciado frente ao dólar. Na China, a inflação foi impulsionada pelo setor de energia e serviços, mesmo com a crise interna causada pelo setor da construção, projeta um crescimento da economia mais modesto para este ano, com maior peso atribuído para as exportações, ancorado no comércio internacional.

A manutenção dos juros altos tem afetado a construção civil e o segmento imobiliário em diversas economias. A demanda americana por moradias continuou reprimida no segundo trimestre e os indicadores registraram queda, tanto para a atividade de construções novas como na venda de imóveis usados, este último dependente dos juros futuros que não estão atraentes aos negócios. Em comparação ao primeiro trimestre, as ofertas cresceram ligeiramente no período e o preços dos imóveis aumentou, contribuindo para forte expansão do mercado de locação, situação que pode se estender até o final do ano. Na zona do euro, o início do corte da taxa de juros no final do trimestre refletiu otimismo, com melhora momentânea do preço das ações do setor imobiliário. No entanto, para a aquisição de imóveis, o custo final tem afastado compradores e, para o mercado de locação foram implementadas medidas de proteção com a regulamentação mais específica, sobretudo, nas cidades onde os imóveis residenciais destinados aos turistas desestabilizaram os preços dos mercados locais. Na China, o governo tem se empenhado com ações inéditas, visando oestímulo da aquisição de imóveis para a recuperação do setor, restabelecer a confiança do consumidor, conter a queda de preços e reduzir o volume de estoques. Entre estas ações estão a flexibilização dos contratos no repasse das unidades com condições mais acessíveis, frente ao grande volume de apartamentos ainda em construção ou em fase de entrega, e o estímulo aos governos locais para compra e financiamento das unidades ao consumidor final.

No contexto nacional, fatores como a inflação no setor de serviços, o desgaste político sobre a previsão orçamentária nos gastos públicos e outras adversidades, como os eventos climáticos que impactam nos preços dos alimentos, podem contribuir para um temerário afastamento da meta. Acrescido aos fatores externos, como a demora de uma pacificação para os conflitos no Oriente Médio, a diferença cambial frente ao dólar e o prolongamento das taxas de juros mais altas no solo americano, reforçaram a decisão do Banco Central em manter a Selic no mesmo patamar no fechamento do semestre.

Para o segmento da construção civil e imobiliário, embora o acesso ao crédito permaneça mais restrito e o mercado primário opere com mão de obra mais escassa para o desenvolvimento de novos empreendimentos, o cenário segue ainda mais desafiador. Para o mercado secundário, especialmente de alto padrão, o imobiliário continua resiliente, fechando o primeiro semestre deste ano com um volume de vendas maior do que em 2023 no período análogo. Considerando a possibilidade de mudanças na política monetária e fiscal, apesar do anseio por uma estabilidade dos preços, a demanda do setor poderá prosseguir em alta, pressionando os preços dos imóveis.

Denise Ghiu

Chief Data Officer

Bossa Nova Sotheby's International Realty

Sobre o Snapshots

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Boa leitura!